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  • Carta do Povo Guarani à sociedade nacional sobre a CPI da FUNAI e INCRA

    Reunidos na Aldeia Morro Alto, em Santa Catarina, nós as lideranças do povo indígena guarani do sul e do sudeste do país, articulados na nossa organização política, a Comissão Guarani Yvyrupa, resolvemos escrever essa carta para divulgar o nosso pensamento e as nossas palavras sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito da FUNAI e INCRA. Nossas palavras são para vocês, nossos amigos, porque os nossos inimigos não merecem o nosso tempo: para eles, que nos atacam há muito, nós guardamos as nossas flechas.

    E o que temos a dizer é que não foi surpresa ver na televisão que a bancada ruralista, os deputados que se dizem donos da terra e da bala, acusaram as nossas lideranças, os nossos parceiros, e o órgão e as leis que nos defendem. Na lista de “indiciados”, estão lideranças da terra indígena Morro dos Cavalos (SC) e Mato Preto (RS), estão rezadores e anciãos, e estão inclusive parentes que já se foram desse mundo e estão com Nhanderu, nosso Pai Celeste – sobre eles não pesará mais a injustiça desse mundo. Estão também na lista de indiciados antropólogos que trabalharam na identificação das nossas terras, servidores da FUNAI, Procuradores do Ministério Público Federal, e religiosos, cujo maior crime foi o de entender a nossa luta.

    Também não foi surpresa ver na televisão os mesmos deputados que acusaram as nossas lideranças, os nossos parceiros, e o órgão e as leis que nos defendem, são os mesmos que figuram nas listas dos que receberam dinheiro dos empresários que cortam nossas aldeias com rodovias, que levantam casas e prédios e querem construir condomínios nas nossas terras, que trancam nossos rios com barragens hidrelétricas, e que querem cavar o chão para arrancar os minérios que Nhanderu enterrou nos nossos territórios.

    De qual crime nos acusam? O de existir. Por se identificarem como indígenas, querem que nossas lideranças respondam por “falsidade ideológica”. Por se organizar para defender nossos territórios e os direitos de todos os povos, querem que nossas lideranças respondam por “formação de quadrilha”.

    O que temos a dizer a vocês, nossos amigos, é que os tempos estão difíceis mas não é hora de recuar. Há mais de quinhentos anos o povo guarani faz a sua luta, há mais de quinhentos anos guardamos os nossos tekoa. Tenham certeza que agora, mais do que nunca, estaremos fortes e chamamos vocês para estar do nosso lado. Nossos inimigos apostam na nossa morte, mas não se enganem: se vencem eles, perdemos todos. Os xeramoi já disseram, e agora dizemos a vocês: se não houver terra para os Guarani, para os todos os povos indígenas, para os quilombolas, para os que vivem da terra mesmo, não haverá terra para ninguém.

    Que estejamos sempre fortes.

    Aguyjevete!

    (Foto retirada de: https://www.flickr.com/photos/stankuns/13985055326/in/photostream/)

  • Palácio do Planalto ocupado!

    Cerca de 500 lideranças indígenas (de vários povos do MA, BA, RS, SC e SP), de pescadores e pescadoras artesanais, quilombolas e quebradeiras de coco ocuparam o Palácio do Planalto, na manhã dessa terça-feira, 22.

    Na pauta dos movimentos estão o repúdio à PEC241-55/16, à PEC 215/00 e ao PL 4059/12, que libera a venda de terras para estrangeiros.

    Os povos e comunidades tradicionais também cobram Temer sobre os recentes boatos sobre possíveis mudanças que o governo estaria planejando fazer nos procedimentos administrativos de demarcação das terras indígenas.

    Além disso, os povos manifestam-se pela retomada das demarcações das terras indígenas, quilombolas e reconhecimento e regularização dos territórios pesqueiros.

    Retirado de: . Data de acesso: 22/11/2016

  • MORRE CRIANÇA GUARANI KAIOWÁ – DE 7 MESES – DE FRIO E FOME DESPOIS DE DESPEJO VIOLENTO

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    Camaradas, há mais de 500 anos há um genocídio contra os povos indígenas no Brasil!
    Mas quando falamos disso, não se trata de algo distante, se trata de hoje, e AGORA!

    No último mês, os ataques aos povos guarani kaiowá se intensificaram! A crise econômica se acirra e o povo pobre e trabalhador é quem mais se lasca. Dentre os \”de baixo\” estão os povos indígenas, que resistem e lutam bravamente para ter direito à seus territórios e seu modo de vida, enquanto são devastados, exterminados, estupradas, assassinados, despejados, para garantir a riqueza dos de cima, com a conivência dos governos de plantão e contando com capangas e com as polícias para levar adiante esse extermínio!

    Da ação paramilitar criminosa que resultou na execução do jovem Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, Guarani-Kaiowá de 26 anos, agente de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), e deixou ao menos 10 feridos à bala, inclusive uma criança de doze anos baleada no abdômen, à uma série de despejos, a luta está muito difícil, pois os inimigos são muito poderosos e as condições para resistir muito desiguais.

    Tristeza e revolta.

    Em Apyka\’i tudo foi destruido. Após o despejo, o trator derrubou todos os barracos. As crianças ficaram sem nenhuma roupa de frio, na beira da rodovia embaixo de chuva.

    Nesse lamentável episódio, morreu uma criança de 7 meses, vítima do Estado brasileiro e de seus pistoleiros, aliados, a mando de latifundiários! Na beira da estrada, com chuva, sem estrutura, e muito frio, infelizmente, este pequenino guerreiro faleceu!

    É URGENTE que os lutadores e lutadoras cerquemos de solidariedade aos povos guarani kaiowá!

    Compartilhe, denuncie, preste solidariedade!

    Façamos ecoar o grito de que precisamos PRA HOJE acabar com esse sistema que impede para os de baixo o direito â vida!

    Retirado de: https://www.facebook.com/lutapopular/posts/477080392485791:0. Em: 8/7/2016.