Tag: guarani

  • Radio Terrana – está no ar o primeiro episódio

    A Rádio Terrana é um podcast do Pimentalab da Unifesp e do coletivo Tramadora,  um programa sobre ciências terranas, tecnopolíticas e experimentações em tempos de catástrofes. Encruzilhadas sonoras entre práticas científicas, ações de retomada e lutas pelo Comum.
    São Histórias de experimentações que nos convocam a pensar juntas sobre possíveis futuros de transição societal. O podcast ensaia diálogos com ativistas/lutadoras implicadas com problemas concretos em práticas políticas, territórios, corpos e pensamentos de retomada e também com cientistas/pesquisadores que realizam deslocamentos nos modos de produção de conhecimento, conectados com as urgências impostas pelo antropoceno.


    Episódio 1A Terra do Redor: o chamado Guarani para outras práticas de conhecimento


    Conversamos com Jerá Guarani, liderança Guarani Mbya da aldeia Kalepity, nas Terras Indígenas Tenondé Porã,  em Parelheiros, extremo sul da cidade Sao paulo; e com Lucas Keese, que é pesquisador, antropólogo, mas que há muito tempo é parceiro da luta Guarani, ajudando a articular ações no território, tecendo encontros e lutas. Vamos falar um pouco sobre os limites das formas de produção de conhecimento em nossas escolas e universidades a partir de uma perspectiva terrana que vem sendo elaborada e cultivada no território guarani mbya.
    Como a luta e os modos de existência guarani interpelam o colapso civilizacional produzido pelo mundo dos brancos? Há mundos por vir?

    Ficha Técnica:

    Equipe Pimentalab e Tramadora: Alana Moraes  Bru PereiraGustavo LemosHenrique ParraJessica Paifer
    Entrevistados: Jera Guarani, Lucas Keese
    Edição, mixagem, e trilha sonora: Gustavo Lemos
    Produção:Pimentalab (Laboratório de Tecnologia, Política e Conhecimento, UNIFESP): https://www.pimentalab.net Coletivo Tramadora: https://www.tramadora.net
    Apoio:Rede Lavits (Latinoamericana de Estudos em Vigilância, Tecnologia e Sociedade) e Fundação Ford: https://www.lavits.org

    Músicas:

    Abertura: Gustavo Lemos

    Katú – Aguyjevete: https://www.youtube.com/watch?v=M4czt2327vA

    Kunumi MC – xondaro Ka\’aguy Reguá: https://www.youtube.com/watch?v=cT7ZXxAMetY

    Memória Viva Guarani – Nande Reko Arandu – https://www.youtube.com/watch?v=3sJNTCYZyw4

    Memória Viva Guarani – Ñande Arandu Pygua – https://www.youtube.com/watch?v=3sJNTCYZyw4

  • Carta do Povo Guarani à sociedade nacional sobre a CPI da FUNAI e INCRA

    Reunidos na Aldeia Morro Alto, em Santa Catarina, nós as lideranças do povo indígena guarani do sul e do sudeste do país, articulados na nossa organização política, a Comissão Guarani Yvyrupa, resolvemos escrever essa carta para divulgar o nosso pensamento e as nossas palavras sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito da FUNAI e INCRA. Nossas palavras são para vocês, nossos amigos, porque os nossos inimigos não merecem o nosso tempo: para eles, que nos atacam há muito, nós guardamos as nossas flechas.

    E o que temos a dizer é que não foi surpresa ver na televisão que a bancada ruralista, os deputados que se dizem donos da terra e da bala, acusaram as nossas lideranças, os nossos parceiros, e o órgão e as leis que nos defendem. Na lista de “indiciados”, estão lideranças da terra indígena Morro dos Cavalos (SC) e Mato Preto (RS), estão rezadores e anciãos, e estão inclusive parentes que já se foram desse mundo e estão com Nhanderu, nosso Pai Celeste – sobre eles não pesará mais a injustiça desse mundo. Estão também na lista de indiciados antropólogos que trabalharam na identificação das nossas terras, servidores da FUNAI, Procuradores do Ministério Público Federal, e religiosos, cujo maior crime foi o de entender a nossa luta.

    Também não foi surpresa ver na televisão os mesmos deputados que acusaram as nossas lideranças, os nossos parceiros, e o órgão e as leis que nos defendem, são os mesmos que figuram nas listas dos que receberam dinheiro dos empresários que cortam nossas aldeias com rodovias, que levantam casas e prédios e querem construir condomínios nas nossas terras, que trancam nossos rios com barragens hidrelétricas, e que querem cavar o chão para arrancar os minérios que Nhanderu enterrou nos nossos territórios.

    De qual crime nos acusam? O de existir. Por se identificarem como indígenas, querem que nossas lideranças respondam por “falsidade ideológica”. Por se organizar para defender nossos territórios e os direitos de todos os povos, querem que nossas lideranças respondam por “formação de quadrilha”.

    O que temos a dizer a vocês, nossos amigos, é que os tempos estão difíceis mas não é hora de recuar. Há mais de quinhentos anos o povo guarani faz a sua luta, há mais de quinhentos anos guardamos os nossos tekoa. Tenham certeza que agora, mais do que nunca, estaremos fortes e chamamos vocês para estar do nosso lado. Nossos inimigos apostam na nossa morte, mas não se enganem: se vencem eles, perdemos todos. Os xeramoi já disseram, e agora dizemos a vocês: se não houver terra para os Guarani, para os todos os povos indígenas, para os quilombolas, para os que vivem da terra mesmo, não haverá terra para ninguém.

    Que estejamos sempre fortes.

    Aguyjevete!

    (Foto retirada de: https://www.flickr.com/photos/stankuns/13985055326/in/photostream/)

  • MORRE CRIANÇA GUARANI KAIOWÁ – DE 7 MESES – DE FRIO E FOME DESPOIS DE DESPEJO VIOLENTO

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    Camaradas, há mais de 500 anos há um genocídio contra os povos indígenas no Brasil!
    Mas quando falamos disso, não se trata de algo distante, se trata de hoje, e AGORA!

    No último mês, os ataques aos povos guarani kaiowá se intensificaram! A crise econômica se acirra e o povo pobre e trabalhador é quem mais se lasca. Dentre os \”de baixo\” estão os povos indígenas, que resistem e lutam bravamente para ter direito à seus territórios e seu modo de vida, enquanto são devastados, exterminados, estupradas, assassinados, despejados, para garantir a riqueza dos de cima, com a conivência dos governos de plantão e contando com capangas e com as polícias para levar adiante esse extermínio!

    Da ação paramilitar criminosa que resultou na execução do jovem Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, Guarani-Kaiowá de 26 anos, agente de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), e deixou ao menos 10 feridos à bala, inclusive uma criança de doze anos baleada no abdômen, à uma série de despejos, a luta está muito difícil, pois os inimigos são muito poderosos e as condições para resistir muito desiguais.

    Tristeza e revolta.

    Em Apyka\’i tudo foi destruido. Após o despejo, o trator derrubou todos os barracos. As crianças ficaram sem nenhuma roupa de frio, na beira da rodovia embaixo de chuva.

    Nesse lamentável episódio, morreu uma criança de 7 meses, vítima do Estado brasileiro e de seus pistoleiros, aliados, a mando de latifundiários! Na beira da estrada, com chuva, sem estrutura, e muito frio, infelizmente, este pequenino guerreiro faleceu!

    É URGENTE que os lutadores e lutadoras cerquemos de solidariedade aos povos guarani kaiowá!

    Compartilhe, denuncie, preste solidariedade!

    Façamos ecoar o grito de que precisamos PRA HOJE acabar com esse sistema que impede para os de baixo o direito â vida!

    Retirado de: https://www.facebook.com/lutapopular/posts/477080392485791:0. Em: 8/7/2016.