O que pode uma ciência terrana diante do fim do mundo como conhecemos?

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um convite à investigação coletiva face ao acontecimento pandêmico

LiNK para Sala Virtual: 08/10 – 19hs: https://meet.google.com/yin-oiau-wjw

Durante os últimos seis  meses na Zona de Contágio, produzimos um espaço de reflexão, intercâmbio de experiências, circulação de textos, relatos e perspectivas face à emergência pandêmica. Como Laboratório de experimentação (onto-epistêmica e política) a Zona de Contágio vem se constituindo como um lugar de confluência entre pesquisadores, criadores e todas interessadas na Guerra das Ciências, nos novos embates e controvérsias que se relacionam com as tecnologias na produção de mundos, política e natureza, mas também nas lutas e práticas de conhecimento do mundo por vir.

Orientados por dois grandes eixos: Ciência dos Dispositivos e Ciências de Retomada, pensamos sobre a reorganização dos poderes tecnototalitários e algoritmizados das nossas vidas, casas, universidades e cidades no que diz respeito ao \”isolamento social\”, trabalho remoto, \”educação à distância\”; domesticidade e o conjunto de relações que nos constitui; Refletimos também sobre produção de saberes e conhecimentos não proprietários que se voltam à terra, ao ritmo, ao corpo, às muitas formas de cooperação para pensar, produzir e sustentar tecnologias do Comum nos interstícios do Capitaloceno e sua tecnopolítica.

Nos próximos quatro meses (6 encontros), e a partir dos experiências e conhecimentos que tivemos nesse período, gostaríamos de nos concentrar na sistematização e produção de uma investigação coletiva que possa se desdobrar em uma publicação (on-line). 

A idéia é que cada pessoa (ou mais de uma) poderá propor e realizar um ensaio-investigativo para compor a publicação final. Pensamos em algo simples, curto, e que não conflita com todos os outros trabalhos e tarefas que já temos que dar conta, mas que expresse o encerramento de um ciclo de trocas e pensamentos que experimentamos na Zona de Contágio.

Partiremos de uma pergunta comum: 
O que pode uma ciência terrana diante do fim do mundo como conhecemos?

A cada encontro, gostaríamos de adensar esse processo pensando juntas as etapas que compõem a fabricação do conhecimento coletivo face ao acontecimento pandêmico: definição de eixos temáticos; formas de pensar problemas e como permanecer um pouco mais com eles; modos de interrogar as formas modernas de separação entre sujeitos e objetos  no que diz respeito à produção de conhecimento. 
Como a experiência pandêmica nos força a pensar? Como ela interroga e transforma o quê e como conhecemos? O que pode ser uma ciência que perturbe e desloque tanto as formas de produzir \”pensamento crítico\” a partir de \”denúncias\”, quanto as formas de produzir ciência como verdades incontestáveis. Também desejamos experimentar a confusão de fronteiras disciplinares (\”ciências da natureza\”, \”ciências sociais\”; \”ciências humanas\”). Desejamos refletir sobre pressupostos científicos como controvérsias: afinal, o que é um \”fato\”? ; Como produzir \”evidências\”? Como fazer da linguagem, do movimento e formas estéticas elementos fundamentais na produção e circulação de conhecimento? Como produzir uma ciência implicada e com habilidade de nos permitir responder às questões urgentes que nos interpelam? Como produzir uma ciência localizada que seja ao mesmo tempo incômoda aos poderes constituídos? Quais alianças ontoepistemológicas precisamos criar para produzir verdades cúmplices entre formas de luta e  produção de conhecimento capazes de assumir a guerra de mundos que vivemos?

No próximo encontro, dia 8/10 às 19h, vamos discutir o percurso e adensar a pergunta inicial que move a investigação, como também pensar sobre novas perguntas que nos interessam nessa cartografia-investigativa.

LiNK para Sala Virtual: 08/10 – 19hs: https://meet.google.com/yin-oiau-wjw